A comoriência de Getúlio e Constantine, casados e sócios entre si de uma grande empresa familiar do ramo têxtil, bem como o conflito pessoal existente entre os filhos, distanciados por seus ideais e visões sobre o papel da empresa comandada pelos pais, envolve a trama do caso aqui proposto. A mediação se coloca como ferramenta necessária à continuidade da atividade empresarial, favorecendo a restauração da comunicação entre os irmãos e a aceitação de um cenário inesperado pela morte precoce dos pais. A descoberta do reconhecimento de paternidade post mortem surpreende os dois filhos biológicos do casal, bem como ao filho agora socioafetivo. A leitura do testamento dos pais foi a porta de entrada ao modelo de Justiça Multiportas. De um lado, porém, a nulidade do testamento conjuntivo torna mais difícil a possibilidade de uma solução extrajudicial, principalmente por parte de um dos irmãos. De outro, a última vontade pessoal expressada pelos pais, que traz à tona emoções e lembranças familiares. Esse conflito exigirá um esforço adicional dos filhos para honrarem a morte e história dos pais. O caso aplica a técnica de design thinking para a elaboração da história do conflito, suas causas e possíveis soluções, e a construção do contexto de comunicação entre os mediandos, tendo como foco central o preparo do (a) mediador (a) e a visão sobre a zona de possível acordo (“zopa”).