O Jogo da Vida do Estudante de Direito

Publicado em 10 dez. 2020. Última atualização em 10 dez. 2020
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Ementa: 

Como estamos formando nossos alunos nos cursos de direito? Eles estão atentos à realidade ao seu entorno? Quais os desafios que enfrentam ao longo do curso e sobre os quais (em geral) não falamos em sala de aula? Seria possível preparar os alunos, desde os primeiros anos, a identificar violações de direitos fundamentais e aprender noções básicas sobre estes a partir de suas próprias vivências acadêmicas? A atividade proposta ,"O Jogo da Vida do Estudante do Direito", é um jogo de tabuleiro que tem por objetivo introduzir o aluno ao mundo do direito através dos desafios vivenciados ao longo da experiência do curso, preparando os alunos para suas vivências profissionais e acadêmicas futuras, engajando-os na vida universitária, prevenindo evasão, trancamento, adoecimento psicológico e desestímulo com o curso. O objetivo é que se conheçam os desafios da área do direito e do cotidiano acadêmico, identificando situações problema relacionadas à gestão de tempo, inteligência emocional, mercado profissional, estágio, disciplinas a cursar, convivência e barreiras de acessibilidade (física, simbólica, material). Referidas situações problema podem ser adaptadas aos desafios do semestre letivo no qual se incluem os alunos (como o final do curso, produção de trabalhos de conclusão) e com o aprofundamento  das temáticas da disciplina na qual será aplicado o jogo. Muitos dos temas atinentes ao espaço de aula permitem a discussão de direitos como a não discriminação, a lei do estágio, a proteção dos direitos das mulheres em caso de violência, dentre outros. Sob supervisão e estímulo docente, o discente reflete sobre seu percurso de formação a partir de situações por percebidas como problemáticas ou desafiadoras, propondo, com liberdade e criatividade, alternativas e saídas para lidar com tais situações, em particular, dentro do jogo já pré-determinado em sua forma mais geral pela docente.
Por se tratar de um jogo em formato de tabuleiro, com a presença de cartas, personagens, regras e outros recursos, a operacionalização da proposta tende a ficar mais clara para o leitor à medida em que mais informações são acrescentadas à descrição, assim como ocorre com os jogos de tabuleiro em geral e seus “manuais de instrução”.

 

Prêmio Destaque na 3ª Edição do Prêmio Esdras de Ensino do Direito (2020).

Atividade sem revisão pela autora.

Objetivo: 

OBJETIVOS GERAIS: A disciplina "Processo Ensino Aprendizagem na Trajetória de Formação",  (cf. programa oficial anexo), pretende, na forma de uma matéria autônoma no currículo dos cursos da Universidade na qual se insere, preparar o aluno para os desafios que encontrará ao longo do curso no qual é aplicada a disciplina, de modo a prepará-los para a permanência no curso e protagonismo em seu desenvolvimento. A disciplina tem como bibliografia sugerida autores como Edgar Morin, Paulo Freire, Boaventura de Sousa Santos e prevê quatro blocos de conteúdos a serem desenvolvidos:

  • conteúdos conceituais relacionados ao processo de ensino-aprendizagem, o papel do aluno e do professor, habilidades para a profissão escolhida;
  • conteúdos procedimentais: modos de aprender, estilos de aprendizagem, desempenho da classe;
  • conteúdos atitudinais: organização do trabalho acadêmico, gestão do tempo, realização de atividades individuais e coletivas, a concepção de aluno como sujeito ativo na construção do conhecimento;
  • projeto pedagógico do curso: perfil do profissional a ser formado, matriz curricular, atividades complementares, práticas de formação, Plano de Ensino das disciplinas, avaliação processual, avaliação do ensino, avaliação externa.

Enquanto a disciplina “Processo Ensino Aprendizagem na Trajetória de Formação” se insere em diversas formações,  “O Jogo da Vida do Estudante do Direito” foi desenvolvido para abarcar os conteúdos mencionados  a partir da trajetória universitária dos estudantes de direito especificamente. O objetivo é que a sala de aula e suas vivências sejam pensadas pelo grupo e sejam discutidas, ao final, no formato de um jogo de tabuleiro (cf. modelo em anexo) que lhes permita refletir sobre os desafios enfrentados , além de  compartilhar dicas e formas de superação, conteúdos jurídicos , desenvolver a capacidade de empatia, favorecendo a emergência de uma rede colaborativa de aprendizagem entre docente e discentes. Em uma rede assim concebida, a docente se coloca na postura de escuta dos desafios relatados pelos estudantes, enquanto os discentes, exercem papel ativo na identificação dos desafios vivenciados e possíveis ferramentas para sua resolução através, como veremos, da produção de cartas para compor o jogo da vida do estudante de direito.

O jogo ora proposto pode ser adaptado para aplicação no início de diversas matérias do curso de direito, construindo um espaço de vinculação produtivo com a turma e entre os alunos para o desenvolvimento da matéria, e informando aos docentes das dificuldades, limitações e potencialidades da turma já no início da disciplina.

 

HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS: O "jogo da vida do estudante de direito” busca mobilizar princípios modernos da educação, em que, de maneira ampla, as competências sócio-emocionais são trabalhadas tendo o desenvolvimento de conteúdos jurídicos como pano de fundo. Os alunos são instados a criar, protagonizar, participar ativamente da resolução de problemas com os quais eles e seus colegas se deparam cotidianamente em suas vivências universitárias, na busca por um futuro profissional marcado por um contexto de grandes mudanças.

É importante que se destaque aqui dois textos que informam a presente produção e que são utilizados no desenvolvimento da atividade: o livro “21 lições para o século 21”, de Yuval Harari, e o relatório “Educação, Um tesouro a Descobrir”, elaborado pela Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, para a Unesco.

Yuval Harari, na obra mencionada, especificamente no capítulo 19, denominado “Educação – A mudança é a única constante”, reflete acerca das habilidades que deveriam ser ensinadas às crianças de hoje para que, em suas vidas adultas por volta do ano de 2050, possam sobreviver e progredir no mundo que se apresentará a elas. Destaco um parágrafo do texto de Harari que informa a produção desta atividade de ensino:

"Então, o que deveríamos estar ensinando? Muitos especialistas em pedagogia alegam que as escolas deveriam a passar a ensinar os “quatro C’s”- pensamento crítico, comunicação, colaboração e criatividade. Num sentido mais amplo, as escolas deveriam minimizar habilidades técnicas e enfatizar habilidades para propósitos genéricos da vida. O mais importante de tudo será a habilidade para lidar com mudanças, aprender coisas novas e preservar seu equilíbrio mental em situações que não lhe são familiares. Para poder acompanhar o mundo de 2050 você vai precisar não só inventar novas ideias e produto – acima de tudo, vai precisar reinventar a você mesmo várias e várias vezes." (HARARI, 2018, p. 323).

A atividade que ora se apresenta busca, a partir dos desafios colocados pelo ensino jurídico e na experiência universitária, atuar nas habilidades consideradas essenciais pelo autor para prosperar em 2050. O pensamento crítico é o primeiro a ser ativado. Conforme descreveremos a seguir, os alunos são instados a pensar sobre suas realidades como estudantes, como têm se portado no ambiente da sala de aula, o que os tem desafiado, e quantas de suas posturas potencialmente atingem a vida de colegas e professores tornando o ambiente mais ou menos colaborativo. O aluno é convidado a notar as diferenças inerentes à classe e universidade na qual se insere (quantas pessoas negras, quantas mulheres, quantas pessoas com necessidades especiais, quanto colegas trabalham em tempo integral, quantas vezes as alunas se sentem mais interrompidas pelos alunos etc.), no seu desempenho (como tem estudado, como tem se comprometido com o curso, como se vê no futuro etc.) e no mundo jurídico (quantos docentes, juízes, desembargadores, doutrinadores são negros e negras, qual o nível de comprometimento e estudo é demandado de cada uma das profissões jurídicas etc.).

Ao propor que os temas serão trabalhados em um jogo realizado com e para eles, os alunos precisam atuar com criatividade e colaboratividade. São desafiados por uma proposta para a qual não há modelos, e no qual devem praticar a comunicação, quer seja ao dialogar sobre os desafios que enfrentam, quer seja para serem ouvintes atentos e empáticos aos desafios vivenciados pelos colegas. Eles devem colaborar para produzir conteúdos e dicas para ajudar os colegas, e a si mesmos, a superarem os desafios do ano letivo e chegar, com sucesso, ao fim do primeiro ano do curso de direito.

Em sentido semelhante ao disposto por Harari, Jacques Delors e outros autores, em relatório produzido para a UNESCO em 1996, organizam os “quatros pilares da educação” necessários para o bom desenvolvimento dos trabalhos educacionais em qualquer etapa do desenvolvimento humano. Os autores falam em:

"Aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes.” Afirmam que “uma nova concepção ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo (...) e isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação (...) e se passe a considerá-la em toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser" ( UNESCO, 1996,p.89).

Ao passar pelo percurso de produção do Jogo da Vida do Estudante de Direito, o aluno ou aluna terá passado pelo desenvolvimento de diversas competências sócio-emocionais mencionadas. Ao ser instado a pesquisar sobre os desafios vivenciados em sua própria formação, e propor soluções para os desafios encontrados para aprender Direito, os alunos e alunas aprendem a conhecer, aprendem a identificar questões jurídicas a partir de situações do cotidiano. Ao proporem dicas e formas de resolução dos conflitos e discriminações que identificam, ao se olharem como sujeitos que potencialmente violam os direitos de um colega, ao reconhecerem discrepâncias em suas vivências universitárias em razão de suas origens e condições de gênero, raça e classe, e buscar contornar as questões, os alunos e alunas aprendem a fazer e a viver juntos e a pensar como podem superar conjuntamente os desafios que se impõem a eles e a muitos colegas e, finalmente, ao identificarem todas essas questões relevantes, os alunos e alunas certamente se desenvolverão de forma mais humanizada no ambiente jurídico e universitário, colaborando para o aprender a ser descrito pelos autores, desenvolvendo um olhar mais empático ao seu entorno, ao mesmo tempo em que identificam quais questões jurídicas colocadas podem ter na sua mudança de comportamento uma forma de ação (por exemplo, redução de práticas de bullying, etc.).      

 

CONTEÚDOS TRABALHADOS: A proposta de reflexão sobre a sala de aula e sobre o curso jurídico propicia a emergência de uma série de questões que envolvem direitos, potenciais violações e a própria questão da escolha da carreira e dedicação ao curso. Ao indagar sobre as impressões do primeiro ano do curso, a docente vem colecionando há três anos informações que demonstram diversos obstáculos à permanência e ao bom aproveitamento dos discentes (cf. Mentimeter anexos e que serão colacionados adiante), questões estas que poderiam  ser trabalhadas no próprio curso jurídico. O jogo busca, assim, atuar produzindo conteúdo jurídico e sobre o Direito em si, ao trabalhar os seguintes elementos:

  1. Contexto do mercado de trabalho para futuros juristas: realidade profissional, diferença de inserção entre homens e mulheres,  pessoas brancas e negras, pessoas com deficiência;
  2. Contexto do estágio: inserção em estágios, assédio no ambiente do estágio, momento ideal para iniciar as atividades;
  3. Contexto do ambiente acadêmico jurídico: rotina e forma de estudos de matérias que demandam grande capacidade de leitura, discriminação entre colegas (por motivos de raça, classe, gênero, deficiência física), situações de desentendimento entre colegas da turma, peculiaridades presentes no ambiente universitário (alunas que são mães, alunos que trabalham)
  4. Saúde Mental: identificação de quadros comuns entre universitários e formas de cuidado e prevenção;
  5. Formas de prevenção, proteção e reparação da violação a direitos fundamentais no ambiente da sala de aula, das quais os alunos por vezes são vítimas e por vezes são agentes.     

Dinâmica: 

MÉTODO DE ENSINO:  Ensino baseado em projetos, Jogos.

 

PREPARAÇÃO DOCENTE PRÉVIA: No “Jogo da Vida do Estudante de Direito” o docente irá primeiramente selecionar temas a serem trabalhados com os alunos. Assim, na proposta aqui relatada, propõe-se a abordagem de 10 temas, para os quais o docente deve preparar-se a partir de leituras prévias a fim de orientar e supervisionar o trabalho dos alunos e alunas.  Como veremos, tais temas se mostram candentes no atual cenário do ensino jurídico nacional e  dialogam, conforme os conteúdos aduzidos acima, com o cotidiano dos estudantes de direito, possíveis direitos violados, especificidades dos alunos e desafios que irão enfrentar em suas vidas profissionais no mundo jurídico. São esses os temas propostos:

  1. Pluralidade dos alunos que compõem o curso;
  2. Barreiras ao acesso e permanência estudantil dos alunos e alunas;
  3. Racismo, Discriminação por origens sociais e Discriminação de bolsistas no ambiente universitário;
  4. Discriminação de Gênero no curso e nas carreiras Jurídicas;
  5. Solidariedade com os colegas, Bullying e Discriminação de Pessoas com Deficiência no contexto universitário;
  6. Respeito aos professores e funcionários no cotidiano de aulas EAD e presenciais;
  7. Gestão do tempo para atividades acadêmicas;
  8. Saúde Mental no ambiente acadêmico e laboral;
  9. Disciplinas do curso e Participação em atividades coletivas da Universidade (extensão, centro acadêmico, grupos de estudo);
  10. Mercado de Trabalho e estágio.


O docente se encarregará, igualmente, de guiar os estudantes no aprofundamento de tais temas, dentro da proposta de conteúdo descrita. Assim, é ideal que o professor levante dados sobre a realidade da universidade e do curso de direito no qual aplicará a atividade, para poder melhor facilitar o debate sobre a temática. Por exemplo: se o curso será aplicado em um curso noturno, o professor provavelmente precisará estar preparado para discutir como conciliar trabalho e estudos, haja vista o perfil maioritário do alunado; se há muitas pessoas com deficiência no curso, deverá estar preparado para discutir acessibilidade naquela faculdade em específico. O professor deverá, de antemão, preparar perguntas orientadoras ao debate (cf. infra, Aula 01) para que, no momento de sensibilização, consiga guiar o grupo a tocar em diversas facetas dos temas propostos pelo jogo e, no caso de surgirem perspectivas novas ou não previstas, poder incorporá-las em um dos 10 temas já apontados acima. Cada um dos temas corresponderá a uma casa específica no tabuleiro, conforme poderá ser observado quando da análise do tabuleiro.      

 

PREPARAÇÃO PRÉVIA DE ESTUDANTES:  A presente proposta prevê que a atividade seja realizada em mais de uma aula. A preparação do estudante ocorre, assim, durante o próprio  desenrolar das aulas e da produção do jogo, a partir da realização de  leituras, acesso a vídeos e elaboração pesquisas sobre os conteúdos em questão.

 

INTRODUÇÃO DA DINÂMICA: 

Aula 01: Sensibilização para a temática e início da preparação – 4 horas

A atividade se inicia com reflexão, pela docente, acerca dos motivos e propósitos que levam os estudantes a estarem no curso, os desafios vivenciados até o momento (no caso, segundo semestre do curso de direito).

Sugere-se o uso do mentimeter (www.mentimeter.com) ou outro recurso que garanta a participação e o anonimato dos alunos. As perguntas utilizadas para abrir os debates, provocando a participação do público de estudantes, podem ser, por exemplo, como as que seguem: 1) O que define seu curso até o momento?; 2) Como anda sua saúde mental? 3) Como anda sua rotina de estudos. Exemplos dessa interação com diferentes turmas podem ser vistos em anexo (cf. mentimenters para sensibilizar.pdf e mentimeter aplicado .jpeg).

Com a participação dos alunos, o docente passa a debater os motivos pelos quais as pessoas falam em “medo”, “ansiedade”, “descoberta”, “adaptação”, por exemplo, ou as palavras que surgirem no quadro de palavras.

Instigando o debate, passa-se a problematizar as palavras colocadas buscando tocar nos diferentes temas do jogo. Seguem descritas algumas perguntas orientadoras para o debate, por tema:

  1. Pluralidade dos alunos que compõem o curso: vocês acham que todo mundo é igual aqui na sala de aula? Todo mundo tem as mesmas condições de dedicação? Quais são os direitos das alunas que são mães? Elas possuem direitos especiais? E as pessoas com deficiência?
  2. Barreiras ao acesso e permanência estudantil dos alunos e alunas: Todos os alunos possuem o mesmo acesso à biblioteca, livros, computadores, internet? Todos os alunos possuem as mesmas condições de permanência?
  3. Racismo, Discriminação por origens sociais e Discriminação de bolsistas no ambiente universitário: Quantas pessoas negras temos em nossa faculdade? E de outros grupos ditos minoritários? Quantas pessoas negras estão nos grandes cargos das instituições de Direito? Existem leis que busquem produzir um maior equilíbrio nesses números? Quais são elas? Existem leis que punem atitudes discriminatórias em nosso país? E as políticas afirmativas, o que são?
  4. Discriminação de Gênero no curso e nas carreiras Jurídicas: Ser aluno de direito e ser aluna de direito é a mesma experiência universitária? Quais os diferentes desafios de mulheres e homens em sala de aula? E na carreira? Alguma aluna aqui quer ser delegada? O que as pessoas falam quando você diz isso? Você acha que é diferente ter aula com um professor do sexo masculino ou feminino? Por que há menos professoras em nossos cursos? Há menos mulheres no direito?
  5. Solidariedade com os colegas, Bullying e Discriminação de Pessoas com Deficiência no contexto universitário: As pessoas com deficiência são bem recebidas em nosso curso? E por nós? Você sempre convida todas as pessoas, mesmo as que não conhece, para fazer trabalho em grupo com você? Você já reparou que tem pessoas que sempre “sobram” e ficam sem grupo nos trabalhos? Por que você acha que isso acontece? Você já conhecia alguém da sua sala antes do início da faculdade? Você acha que isso muda sua experiência? Você nota como certas pessoas podem ficar isoladas ao longo da vivência acadêmica?
  6. Respeito aos professores e funcionários no cotidiano de aulas EAD e presenciais: quais os desafios que os professores encontram em sala de aula? Os colegas respeitam igualmente todos os professores? Como nós tratamos os funcionários da faculdade? Quem é responsável pela limpeza de nossas salas todos os dias? Você pede a palavra para interromper os docentes? Ou vocêcomeça a falar no meio de uma explicação?
  7. Gestão do tempo para atividades acadêmicas: como você se organiza nos seus estudos? Você se dedica igualmente a todas as matérias? É o mesmo desafio estudar para sociologia e para introdução ao Estudo do Direito? Quais os desafios para cada método de estudo? Você está conseguindo dar conta de tudo?
  8. Saúde Mental no ambiente acadêmico e laboral: Alguém aqui já deixou de dormir por causa de uma prova? Já chorou por causa de nota? Quem já quis faltar à aula mais de uma vez no semestre por não querer estar aqui e ter que lidar com o curso? Quantos aqui moram sozinhos? Mudaram de estado? Vocês acham que isso pode prejudicar a saúde mental, que há sobrecarga? Alguém trabalha? Quais são os desafios para trabalhar e estudar? E com a COVID? Vocês acham que estão mais ansiosos? Isso atrapalha o estudo?
  9. Disciplinas do curso e Participação em atividades coletivas da Universidade (extensão, centro acadêmico, grupos de estudo): Quais são as disciplinas mais difíceis do curso? Quais são as disciplinas que vocês mais querem cursar? Alguém aqui achou que queria trabalhar com uma matéria e depois que cursou mudou de ideia?
  10. Mercado de Trabalho e estágio: Quem deseja ser juiz precisa desenvolver, ao longo do curso, as mesmas habilidades que os colegas que querem ser pesquisadores e docentes? Vocês já sabem quais as habilidades requeridas? Se você está fazendo estágio e seu chefe te pede para ficar mais tempo no escritório e isso vai te fazer perder a primeira aula, o que você faz? Quais carreiras vocês conhecem? Já pararam para pensar na infinidade de atuações possíveis no direito?

Neste momento de debate podem surgir desafios de vários níveis. É importante que nesta fase o professor acolha os alunos e alunas.

Após a problematização das questões que afligem mais ou menos os diversos integrantes do grupo classe, a docente passa a sensibilizá-los com dados e informações acerca das temáticas levantadas. O alto nível de adoecimento psicológico dos universitários, a dificuldade de inserção de mulheres mães no mercado de trabalho, a discrepância de pessoas negras em altos cargos do judiciário, os desafios que todos encontram para a dedicação às matérias do direito (alta carga de leitura, dificuldades vocabulares), entre outros temas surgidos. O ideal é que o docente, ao detalhar as questões aos alunos, aponte quantas questões jurídicas  (discriminação, igualdade, saúde, inserção desigual no mercado de trabalho, leis de estágio, licença maternidade, etc.) estão colocadas no cotidiano acadêmico.

Após o momento de sensibilização, e considerando-se uma aula de 4 horas, sugere-se aqui um intervalo após duas horas de atividade. Após o intervalo, retomam-se as atividades.

Com base nos desafios mencionados pelos alunos e propostos pela docente, é feita a proposta que irá orientar a atividade. A proposta é que os alunos e alunas ajudem a docente a desenvolver conteúdos de um jogo de tabuleiro (cf. aula 2) que será apresentado aos colegas do começo do curso, para apresentá-los aos desafios que os esperam, e prepará-los para sua superação. O que você (aluno) diria a você mesmo se tivesse essa oportunidade? Como se prepararia? O que faria diferente?  Como vocês ajudariam os professores a fazer com que o primeiro ano de seus colegas seja mais tranquilo, mais produtivo, mais saudável?

Os alunos então devem, nas horas seguintes do encontro, assistir a um vídeo e ler um texto indicados pela docente, para consolidar os debates.  Ao final do dia de aula os alunos devem responder a um questionário (sugere-se um questionário simples no google forms, cf. anexo) com o nome, e-mail, perguntas pontuais de verificação de leitura e assimilação do vídeo. No formulário deve haver um indicativo de qual tema o aluno pretende trabalhar, se ele gostaria de sugerir um tema que entende que deveria ser abordado e se ele deseja, em sigilo, informar alguma situação ao docente que gostaria de ver discutida no jogo ou com a classe.

O objetivo dessa fase é que os alunos olhem para as dificuldades vivenciadas, os modos com que as superaram,  os obstáculos que seguem presentes, a qualidade do ambiente de sala de aula no qual se inserem, a melhor maneira de se prepararem para o futuro profissional que os espera, assim como os aspectos jurídicos envolvidos neste debate. O ideal é que eles, após esse momento de trocas e acolhimento, produzam vínculos com a docente, com os colegas e com o projeto que será desenvolvido nas três aulas seguintes.

Materiais a serem ofertados aos alunos:

  • Vídeo “Corrida dos Privilégios”: 5 minutos, disponível no facebook;
  • Documentário “Repense o Elogio – Instituto Avon”: 40 minutos. Problematiza diferenças de gênero, raça e deficiência a partir da educação de crianças;
  • Leitura do Capítulo 19 “Educação” do livro “21 Lições para ´Século 21” de Yuval Harari: leitura em cerca de 30 minutos
  • Questionário Google Form: preenchimento em até 15 minutos.

 

DESENVOLVIMENTO DA DINÂMICA: 

Aula 02: Apresentação do tabuleiro, das regras do jogo, divisão dos grupos e início dos trabalhos. (5 horas)

A fase 02 consiste na apresentação das regras do jogo e na distribuição de tarefas nos grupos. O tabuleiro deve ser apresentado aos alunos e se encontra em anexo (cf. “tabuleiropadrão.png).

A base das regras do jogo e execução do projeto consiste no fato de que os alunos sortearão personagens, que possuem uma descrição de suas personalidades, e decidirão a forma pela qual tais personagens irão agir a partir das informações dadas. Eles avançam e retrocedem a partir dos dados, cartas sorteadas – feitas por eles – e das casas, e o objetivo é que todos cheguem ao final do primeiro ano. Para a compreensão da forma de elaboração das cartas e regras do jogo, eles terão acesso ao manual do jogo e da produção das cartas (cf. “manuais.pdf”).

A docente irá supervisionar a produção das cartas para que elas abranjam o conteúdo pretendido, e sejam baseadas em conteúdos, leis, normas vigentes e atualizadas. Durante a elaboração das cartas, os alunos deverão pesquisar fontes qualificadas atinentes ao tema, que serão disponibilizados aos demais jogadores da sala para aprofundamento após o fim do semestre letivo.

Nesse momento de supervisão, a docente indica leituras acerca das temáticas e objetivos propostos pelos alunos para suas cartas. A indicação deve ser ter caráter de orientação, de modo que os alunos protagonizem a busca, triagem das informações destacando o que querem destacar da experiência universitária, qual o problema querem propor e elucidar.

A explicação da sistemática deve durar no máximo uma hora, e os alunos devem ver 30 minutos de um documentário e ler um capítulo de uma obra indicada. Após esse período, terão aproximadamente 1 hora e meia para a produção do trabalho em grupo de maneira livre, apresentando ideias de formatos das cartas e pesquisando os temas. Indica-se que cada grupo seja responsável por um conjunto de ao menos 15 cartas sobre seus temas.

Ao final da aula 02 os alunos e alunas já terão se apropriado do formato do jogo e de seu papel na atividade. É importante que eles busquem pesquisem informações sobre os temas que irão tratar nas cartas (escolhidos conforme conveniência do número de pessoas nos grupos e da indicação de afinidade no google form). Ao assistirem um documentário e novamente lerem um capítulo, consolida-se um conhecimento mínimo no grupo classe sobre os diversos temas de barreiras de acesso, discriminação, formação crítica.

Materiais a serem ofertados aos alunos:

  • Documentário “Olhos Azuis” sobre a experiência de educação antirracista da professora Jane Elliot – assistir aos primeiros 30 minutos;
  • Leitura do Capítulo “Pedagogia Engajada” do livro “Ensinando a Transgredir” de bell hooks; Tempo estimado em 30 minutos
  • Questionário Google Form: preenchimento em até 15 minutos.

 

Aula 03: Entrega das cartas, dúvidas e feedback da professora e outros grupos (4 horas)

Na aula 03 os estudantes apresentarão as cartas para a docente fazer a leitura e análise. No momento da leitura a docente fará indicações de conteúdos a serem abordados, fontes, formas de abordagem. Enquanto a professora analisa um grupo, os outros grupos trocam as cartas entre si. Essa atividade deve durar aproximadamente duas horas.

Após esse período, os alunos e alunas têm duas horas para realizar pesquisas de aprofundamento sobre a temática e fazer uma lista com todas as informações que pesquisaram e encontraram sobre a temática, que farão parte da avaliação dos estudantes. Devem ainda corrigir as cartas conforme as orientações recebidas.

A adequação das cartas deve respeitar os objetivos das situações problema ao ambiente universitário e a realidade dos estudantes, para que sejam representativos das experiências de todos. Os alunos devem ser instados a pensar nos desafios que vivem, mas também nos desafios vivenciados por todas as pessoas que estão na universidade: a diversidade de professores, alunos e funcionários. Devem considerar ainda as peculiaridades de cada uma das temáticas.

A orientação acerca dos modelos das cartas deve ocorrer para que haja coerência interna com o jogo, funcionalidade com o sistema de dados e para o avanço de casas e chegada ao final. É preciso ouvir as propostas criativas dos grupos para as situações e dinâmicas das cartas (por exemplo, uma carta que permite levar outro colega consigo, ou que você volta ao começo do jogo devem ser avaliadas conjuntamente com as cartas dos outros grupos). Cada classe realizará jogos diferentes, com tipos de cartas diferentes e esse é o objetivo da aplicação a cada turma. Em anexo, encontram-se alguns exemplos de cartas e personagens criados pelos discentes na aplicação (cf. três arquivos denominados “exemplos de cartas”).

Nessa etapa, caso algum dos grupos ainda não tenha compreendido bem o modelo de execução, a docente poderá oferecer alguns exemplos de cartas eficazes, como a seguir:

Pessoas com deficiência:

Um aluno surdo não conseguiu participar de uma palestra porque não havia nenhum tradutor presente. Todos os personagens com algum tipo de deficiência ficam uma rodada sem jogar.
Dica: A universidade possui uma instância de acessibilidade para os alunos e alunas chamada Pro-Aces. Contudo, é papel de toda a comunidade acadêmica cuidar para que os alunos e alunas com qualquer tipo de deficiência sejam incluídos em todas as atividades acadêmicas, sem nenhum tipo de prejuízo. Já reparou que temos poucos e poucas colegas com deficiência no curso? Quantas barreiras diariamente as pessoas com deficiência não enfrentam e que as impedem de estar em maior número na Universidade? O que você faz pela inclusão de colegas com algum tipo de deficiência?
Conheça um pouco mais dessa realidade em: https://www.scielo.br/pdf/er/nspe.3/0104-4060-er-03-27.pdf

Gestão do tempo:

Você participou de todas as aulas de monitoria de IED e entregou todos os trabalhos na data certa. Devido a isso, conseguiu nota máxima para compor a nota da prova. Avance 2 casas.
Dica: tente participar ao máximo das monitorias, pois, além de ajudá-lo a compor a média, são ótimas para melhor entendimento da matéria, principalmente IED que não é uma matéria simples.

Saúde Mental:

Você percebe que começou a apresentar um comportamento ansioso, buscando válvulas de escape e apresentando comportamentos que eram incomuns a sua personalidade. Jogue de novo os dados e se cair números pares, você procurará ajuda psicológica e avançará uma casa, se cair números ímpares você postergará a busca por ajuda, permanecendo na mesma casa.

Mercado de Trabalho e Estágio:

Você já faz estágio há três meses no escritório e tem desejo de ser efetivado futuramente. Seu chefe sabe disso e muitas vezes acaba te fazendo pedidos como ficar até mais tarde para finalizar um prazo, para além de suas horas diárias de trabalho, e que vai significar perder a pré aula e a primeira aula do período noturno, no qual você estuda. Você decide que precisa ficar para investir nessa possibilidade futura de efetivação, ainda que não haja garantias.
Dica: A lei do estágio 11.788 diz em seu artigo 10 que a quantidade de horas diárias é de, no máximo seis horas. O estágio não deve atrapalhar sua vida acadêmica e, por vezes, infelizmente, essa não é a realidade. Se for possível, sempre busque oportunidades de estágio que respeitem os direitos dos estagiários e privilegia o momento de sua formação.

Solidariedade com os colegas, respeito a professores:

Você está fazendo um trabalho em grupo e toda vez se mostra indisponível para ajudar. O trabalho era muito extenso e foi feito apenas por 2 pessoas e sua ajuda teria feito a diferença na sobrecarga de tarefas. Fique 1 rodada sem jogar.
Dica no verso: Trabalho em grupo exige a necessidade da participação de todos os participantes para que ninguém fique sobrecarregado com o conteúdo proposto.

A data da prova de civil foi marcada para 2 de abril e você lembra que tem prova prática na autoescola nesse dia. Você resolve mandar um e-mail para o professor sugerindo o adiantamento da prova sem conversar com os demais alunos, dizendo que eles concordam com o pedido, e ele aceita a sugestão, prejudicando o restante. Volte 3 casas.
Dica no verso: A partir do momento que você assiste aula com outras pessoas, faz parte de um grupo onde a opinião de todos deve ser consultada antes de tomar uma decisão individual que pode afetar outros integrantes do grupo. Além disso, é desrespeitoso com o professor fazer um pedido desses sem informá-lo que a turma não está ciente do pedido.

Um amigo seu tem muita dificuldade com uma matéria e mesmo se esforçando muito, tirou uma nota baixa na prova e saiu chorando da sala. Você vai até ele e diz que está tudo bem, que a prova estava muito difícil e que na próxima eles poderão estudar juntos. Ande 2 casas e escolha alguém para andar junto com você.
Dica no verso: Ao decorrer do curso o psicológico dos alunos é afetado, causando uma grande preocupação. Diante desse fato, todos precisam se ajudar, incentivando e ajudando os que precisam. Conheça mais sobre isso na campanha “Isso não é Normal” sobre saúde mental feita pela USP.

 

ENCERRAMENTO:

Aula 04: Teste piloto e fechamento da atividade. (04 horas)

Na aula 04 os alunos dividem-se em grupos para jogar o jogo e testar suas funcionalidades, além de fazer ajustes. Ao final da aula 04, os alunos debaterão os temas propostos pelos colegas ao jogar com as cartas produzidas por eles e pelos colegas e conseguirão vivenciar a experiência do “jogo da vida do estudante de direito”.

Os alunos devem jogar por até três horas, explorando todas as cartas e personagens em pequenos grupos. Após os jogos, a turma é reunida para um momento de fechamento das atividades. Nessa oportunidade o docente deve passar pelos elementos levantados pelo jogo, a importância da formação jurídica humanista, os conceitos jurídicos envolvidos na atividade proposta (direito à não discriminação, direito à integridade física e psicológica, lei do estágio, deveres de acessibilidade às pessoas com deficiência, entre outros possivelmente abordados). Deve ainda ressaltar as habilidades e competências desenvolvidas pela atividade (conforme descrita no item “habilidades e competências desenvolvidas” deste formulário), relembrando os alunos do protagonismo que eles detêm em sua própria formação, e a importância de buscarem respeitar os colegas e o comprometimento da comunidade jurídica em tornar as instituições mais respeitosas dos direitos humanos, mais plurais e equilibradas em termos de acesso a todas as pessoas.

O professor deve criar uma estratégia de feedback dos alunos (por meio do google form ou mentimenter) para que eles possam dar sugestões acerca da atividade, e se auto avaliarem em termos de dedicação, desenvolvimento pessoal e o quanto a atividade agregou a eles.

Espera-se que os alunos compartilhem os logros da experiência desenvolvida coletivamente e vivenciem, por meio dos personagens, diferentes situações que os permitam compreender a realidade universitária a partir dos eixos elencados na atividade. O trabalho em grupo, a realização do projeto coletivo, a necessidade de comunicação, criatividade, pensamento crítico e as demais habilidades mencionadas devem ter sido desenvolvidas ao longo do projeto.

Sugere-se que as fontes utilizadas pelos grupos, bem como as cartas e o tabuleiro sejam disponibilizados para os alunos e alunas poderem rever os conteúdos e pensar sobre eles ao longo de sua vivência universitária. Sugere-se ainda que o professor ofereça um feedback de avaliação dos alunos via email.

Avaliação: 

A avaliação será feita de duas maneiras: o grupo será avaliado pelas cartas produzidas, e os alunos serão individualmente avaliados pelo seu comprometimento com a tarefa e a resposta aos questionários com as leituras. A nota das cartas e fontes de pesquisa usadas comporá 60% da nota, e 40% da nota para a avaliação individual.

Atinge a nota máxima o aluno que demonstrar o comprometimento com a atividade, responder às perguntas sobre as leituras de maneira a demonstrar a leitura e assimilação do conteúdo dos vídeos propostos e que tenha entregado, junto de seu grupo, no prazo indicado, as cartas corrigidas após o feedback do docente e de acordo com as observações feitas, sendo elas 1) funcionais para o jogo; 2) atinentes às temáticas propostas.     

Observações: 

Ainda que a disciplina seja prevista para ser aplicada em 17 horas, o tempo de aplicação da atividade poderá ser reduzido caso o docente insira as leituras e pesquisas como tempo extra-classe de dedicação à disciplina.

 

SUGESTÕES DE ATIVIDADES DE “CONSOLIDAÇÃO” A SEREM DESENVOLVIDAS PELOS ALUNOS (ATIVIDADES EXTRACLASSE): Como atividade de consolidação, sugere-se que as fontes utilizadas pelos grupos, bem como as cartas sejam disponibilizadas para os alunos e alunas para que possam rever os conteúdos e pensar sobre eles ao longo de sua vivência universitária.

 

CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS: O professor deve evitar apresentar os modelos de cartas ou as fontes para as pesquisas de cada tema antes que eles iniciem a produção, de modo que os alunos possam buscar desenvolver suas próprias situações e pesquisar as informações que desejam ver abordadas nas cartas, evitando a “busca por modelos” cara ao  fazer jurídico em geral.
Ainda, conforme já mencionado, o professor deve evitar quantificar quem são os alunos que já foram vítimas de alguma violação ou pertencem a grupos minoritários como bolsistas, LGBTQIA+ ou que já tenham sofrido bullying, para evitar a revitimização.

Detalhes da atividade

Nome: 

O Jogo da Vida do Estudante de Direito

Instituição: 

Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC)

Área de concentração: 

  • Ensino do Direito

Curso: 

  • Graduação - 1º e 2º semestres

Palavras-chave: 

  • ensino do direito
  • gamificação
  • competências sócio-emocionais
  • colaboratividade
  • Direitos fundamentais

Número de alunos: 

25-50

Tempo de aplicação: 

17h

Edição: 

Tatiane Guimarães

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