Ementa:
Com o intuito de vivenciar um intercâmbio cultural com os Povos Indígenas, os alunos dos cursos de Direito, Serviço Social, Enfermagem e Educação Física conheceram “in loco” diferentes tribos indígenas do Estado de Minas Gerais. Visitaram a tribo Krenak - no munícipio de Resplendor -, a tribo Pataxó - no município de Cramésia - subdividida em três aldeias: Ibiruçu, Gurani, e Recanto das águas. As visitas ocorreram todos os semestres, desde o ano de 2010, e tiveram como objetivos despertar nos alunos a aceitação do diferente e as relações étnico-raciais, estabelecer um intercâmbio cultural entre as tribos Krwenak e Pataxó e os alunos da Universidade Salgado de Oliveira – Belo Horizonte, despertar a solidariedade à causa indígena na manutenção da sua cultura e costumes e conhecer a realidade indígena através de visitas à aldeia dos índios Pataxós – Carmésia – MG e Krenak - Resplendor MG.
Objetivo:
- OBJETIVOS GERAIS: entender comportamentos diversificados, representados em nossas comunidades, criados por sociedades, minorias, gêneros, classes e idades, através do tempo, do espaço e da interação social. Os índios se inserem no objetivo geral por terem comportamentos diversificados.
- OBJETIVOS ESPECÍFICOS: estudar a diversidade das culturas criadas pelas populações humanas, através do tempo e do espaço, para satisfazer suas necessidades de sobrevivência material, reprodução e realização psíquica. Revelar os elementos recorrentes e a relação entre os indivíduos e suas respectivas culturas. Nesse ponto, a cultura indígena sobrevive em meio aos apelos da sociedade consumista que enaltece o ter material em detrimento do ser imaterial e espiritual. O intercâmbio cultural transforma os alunos. Eles saem sensibilizados e dispostos a abraçar a causa indígena. A mudança dos alunos com relação à cultura indígena e ao interesse pela causa dos índios se torna mais efetiva, quando os estudantes são capazes de viver a experiência do intercâmbio cultural.
- HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS: pretendeu-se desenvolver a valorização do conhecimento e do saber como bens necessários e indispensáveis ao desenvolvimento e ampliação do capital cultural e humano e ao aperfeiçoamento profissional; a atuação comprometida com a superação de atitudes etnocêntricas e intolerantes diante da diferença; o reconhecimento da importância do exercício relativizador como instrumento necessário ao diálogo e ao reconhecimento da alteridade em diferentes contextos sociais e interculturais do mundo contemporâneo; a reflexão analítica sobre o conceito de cultura como fenômeno social e simbólico.
Dinâmica:
- MÉTODO DE ENSINO: aula expositiva, leitura crítica e visita técnica.
- PREPARAÇÃO: em relação aos alunos, a preparação consistiu em reuniões de preparação com o professor e os caciques das aldeias e pesquisa sobre as tribos indígenas do Estado de Minas Gerais.
Em relação aos professores, é de grande responsabilidade a implementação e execução do projeto. O professor deve deixar claros os objetivos do trabalho de campo e qual a responsabilidade dos alunos na execução dessa atividade. Perguntas que norteiam a execução do projeto: os alunos têm claro o objetivo do Intercâmbio cultural ou querem apenas realizar um passeio? Como transformar a perspectiva daqueles que vêm nessa atividade um lazer e não uma tarefa acadêmica?
- DESENVOLVIMENTO DA DINÂMICA: a atividade apresenta peculiaridades em cada semestre. A seguir, expõe-se o relatório da visita à aldeia pataxó no ano de 2011:
1ª etapa: mês de fevereiro:
-14/02/11 – Discussão do projeto com a gestora do curso de Direito, Professora Inês Campolina.
- 15/02/11 - Reunião com o cacique Baiara da Tribo Pataxó, na Universo.
- 21/02 a 28/02/11 – Apresentação do Projeto para os alunos e motivação para visita à aldeia Pataxó.
2ª etapa: mês de março
- Pesquisa dos alunos sobre as diferentes tribos indígenas existentes em Minas Gerais.
3ª etapa: mês de abril
21, 22 e 23 – Visita à Tribo Pataxó.
4ª etapa: mês de maio ao mês de outubro de 2011
- Reflexão do que foi aprendido no intercâmbio cultural com os índios Pataxós.
- Estabelecimento de ações concretas de apoio e solidariedade ao povo indígena através de projetos elaborados pelos alunos e a universidade.
- Apresentação de Seminários nas aulas de Filosofia e Antropologia dos cursos de Direito, Educação Física, Serviço Social e Enfermagem.
- Apresentação do Projeto RECONHECER A DIVERSIDADE CULTURAL na Semana Jurídica promovida pelo Curso de Direito.
- Apresentação do Projeto Intercâmbio Cultural com a aldeia Pataxó na Semana de Extensão Universa (SEMEX) e no Dia da Responsabilidade Social – UNIVERSO.
- Elaboração de projetos de trabalho junto à comunidade Indígena
Os alunos e professores, durante os dias de visita, tiveram uma convivência intensa com os índios da tribo Pataxó:
• Participaram da rotina da tribo: visita à mata nativa, de danças e rituais, das refeições em comum com toda a tribo, dos jogos indígenas: “arranca toco” e “não deixa o bambu cair”.
• Fizeram reuniões com a comunidade com a finalidade de conhecer a história e a luta dos índios para sobreviverem em meio à sociedade atual. Os relatos, sobre a história e luta dos indígenas, foram feitos pelo cacique Mesaque e membros da comunidade que falaram também sobre a educação das crianças, da manutenção da cultura Pataxó, do preconceito que sofrem. Nessas reuniões, alunos e professores levantaram questionamentos, fizeram reflexões sobre a realidade atual, contribuindo, assim, para o intercâmbio cultural.
• Tiveram a oportunidade de conhecer como é funcionamento da escola que é mantida na própria tribo com professores pataxós
• Promoveram recreação com as crianças.
• Realizaram entrevistas com os caciques e membros da comunidade sobre diferentes temas relacionados aos pataxós: organização social, educação, história, luta indígena.
• Participaram da noite cultural promovida pelos Pataxós. Foi o momento em que os índios e alunos falaram da cultura, da música, cantaram, e fizeram apresentações de danças e cantos.
O relatório, acompanhado da galeria de fotos dos jogos indígenas, pode ser visto nos Anexos desta atividade.
- CUIDADOS COM A ATIVIDADE: é necessário deixar claros os objetivos e o foco do projeto, tratar com seriedade o trabalho e o respeito que os alunos devem ter com a cultura dos índios. Este aspecto tão é essencial para o sucesso do trabalho que, em uma das visitas, a ocorrência de um óbito indígena levou os alunos a aguardarem 30 dias para visitar a aldeia, alterando a data da atividade (evidenciando a diferença de período de luto na sociedade indígena, no qual não pode haver nenhuma cerimônia festiva e nem acolhida de pessoas estranhas a aldeia).
Avaliação:
- AVALIAÇÃO POR NOTA: os alunos devem apresentar um relatório da viagem, apresentar um trabalho escrito e fazer uma exposição nos corredores da Universidade, despertando os outros alunos para a realidade e indígena e sensibilizando-os para as causas indígenas.